Nenhuma profissão é mais nobre do que a política, porque quem a exerce assume responsabilidades só compatíveis com grandes qualidades morais e de competência. A atividade política só se justifica se o político tiver espírito republicano, ou seja, suas ações, além de buscarem a conquista do poder, forem dirigidas para o bem público, que não é fácil definir, mas que é preciso sempre buscar. Um bem público que variará de acordo com a ideologia ou os valores de cada político, mas o qual se espera que ele busque com prudência e coragem. E nenhuma profissão é mais importante, porque o político, na sua capacidade de definir instituições e tomar decisões estratégicas na vida das nações, tem uma influência sobre a vida das pessoas maior do que a de qualquer outra profissão.
A ética da política, porém, não é ética da vida pessoal. É claro que existem princípios gerais, como não matar ou não roubar, mas entre a ética pessoal e a ética política há uma diferença básica: na vida pessoal deve-se esperar que cada indivíduo aja de acordo com o que Max Weber chamou a ética da convicção, ou seja, a ética dos princípios morais aceitos em cada sociedade, já na política prevalece à ética da responsabilidade.
Andou lendo Aristóteles Marcos? rsrsrs
ResponderExcluirEsse dualismo proposto entre ética da convicção e ética dos resultados é realmente muito interessante. Creio, baseado em Maquiavel, que abrir mão desse moralismo de indivíduo, quando se atinge a condição de governante é de suma importância, visto que a um governante não se deve impor o dualismo 'moral/imoral', mas sim a condição de amoral, pois para alcançar o bem comum é necesário que largar mão de alguns preceitos 'agostinianos', ou como diria Maquiavel: se necessário sacrifique a alma pelo bem do Estado.
Traduzindo, o ato de governar carece da astúcia da raposa, e mais importante: dedicação total do governante, que se entrega, físico e moralmente, à função de guiar a sociedade para um fim: a felicidade.
Abraços, Raoni Ras