domingo, 19 de setembro de 2010

Empresário diz que R$ 5 milhões abasteceriam campanhas de Dilma e Hélio Costa

BRASÍLIA - Além da comissão mensal de R$ 40 mil, por seis meses, e da bolada de R$ 450 milhões como "taxa de sucesso", o empresário Rubnei Quícoli afirmou ao GLOBO que foi provocado pelo ex-diretor de operações dos Correios, Marco Antônio Oliveira, a pagar R$ 5 milhões de propina para viabilizar um empréstimo de R$ 9 bilhões, solicitado pela EDRB junto ao BNDES. Segundo o empresário, que representava a EDRB Brasil Ltda. na negociação com a Capital - apontada como uma empresa de lobby tocada pelos filhos da ex-ministra chefe da Casa Civil Erenice Guerra -, o dinheiro da propina serviria para abastecer os cofres das campanhas da presidenciável Dilma Rousseff (PT) e do candidato ao governo de Minas Gerais pelo PMDB, Hélio Costa.

- O Marco Antônio falou (que o dinheiro) era para tampar um buraco da campanha da Dilma, da Erenice e também que uma parte era para ajudar o Hélio Costa, candidato a governador de Minas Gerais. Ele falou isso logo depois que (o empréstimo) foi bloqueado no BNDES. Ele me comentou que o Israel, que eu fiquei sabendo que era o filho da Erenice, disse o seguinte: "Se eu não pagasse, eles iriam bloquear", como o que houve. Aí, eu recebi a notificação do BNDES , dizendo que o projeto não foi aprovado - afirmou Quícoli ao Globo.

Segundo o empresário, a proposta foi feita em março deste ano pelo então diretor de operações dos Correios, numa conversa no flat 4033 do Brasília Alvorada Towers, um dos mais luxuosos hotéis de Brasília. Quícoli, no entanto, admite que a conversa não foi gravada e que, portanto, não teria como provar o teor da negociação.

- Essas conversas... as pessoas vão conversando, a gente vai pegando a informação necessária e a gente foi pegando essas informações por ele mesmo, entendeu? Você pode checar lá, o flat à disposição dele. O flat 4033 - afirmou.

O hotel confirma que o flat 4033 é usado por Marco Antônio Oliveira. Procurado pelo GLOBO, o ex-dirigente dos Correios não atendeu nem retornou aos telefonemas da reportagem.

Afora a denúncia da propina de R$ 5 milhões, o representante da EDRB afirma que tem documentos e e-mails que comprovam toda a negociação fracassada com a Capital.

FONTE: O GLOBO

Por Marcos Ferreira

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