Em uma região onde a atenção externa é roubada por populistas desvairados como o venezuelano Hugo Chávez, o chile é uma admirável exceção no continente sulamericano. Maturidade política e competência econômica são as duas rodas que fazem deste País a destacar-se diante de um quadro político marcado por líderes personalistas e democracias plebiscitárias.
As eleições chilenas do último domingo chamaram a atenção por dois motivos de excelência. Primeiro, observa-se a peculiaridade das forças políticas contrárias que grassa na América Latina. O candidato eleito para substituir a socialista Michelle Bachelet é de centro-direita – importante lembrar que a última vez em que um conservador ganhou nas urnas no Chile foi em 1958. Sebastián Piñera soube aproveitar as circunstâncias democráticas, e conseguiu convencer os cidadãos de que era necessário implementar inovadores projetos de governo para alçar novos voos.
Esse resultado é um baque para a coalizão de partidos de centro-esquerda que dominam a política chilena desde 1990. O Chile não cooptou com as formas de democracia direta ou participativa que se apresentam na América Latina, na maioria das vezes, como uma alternativa e uma forma superior de participação das massas em busca de “direitos sociais”, o que costuma se traduzir em um questionamento das instituições da democracia representativa.
O modelo chileno é um sucesso tanto no aspecto econômico quanto no social. O Chile conseguiu conciliar estabilidade econômica e constância política. Além disso, os chilenos vêm fazendo reformas desde o governo de Augusto Pinochet. O ditador pôs um freio à nacionalização de empresas e à coletivização de terras do presidente anterior, o socialista Salvador Allende. Com cortes no gasto público e um banco central independente, o país controlou a inflação e aprimorou as instituições democráticas.
Já o segundo motivo interessante das eleições chilenas são os holofotes da política e uma pergunta que não quer calar: um presidente popular, com uma economia em crescimento, faz necessariamente o sucessor? Pois bem, os chilenos demonstraram que isso não só é possível, como também reverberaram os anseios por novas reformas que ampliem o crescimento econômico do País. Com popularidade que beira os 80%, a presidente socialista Michelle Bachelet não conseguiu transferir os seus votos para o candidato governista e reacionário Freire.
Alguma coincidência com o cenário brasileiro? Será um giro na política sulamericana? O Chile mostrou que através de uma campanha eleitoral transparente é possível fortalecer o poder das ideias e os compromissos programáticos de governo. Mérito das firmes instituições e do cumprimento das regras do jogo. O Chile servirá de um belo exemplo para o Brasil consolidar as instituições democráticas e viabilizar a alternância de poder em 2010.
Por Raoni Ras
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escrever dando Ctrl + c e Ctrl + v é muito fácil né?
ResponderExcluiracho que a fonte deveria ser citada.
vou te ajudar.
este post foi copiado de um ninho demo/tucano
segue o link:
http://joseagripino.wordpress.com/
Raoni, não se deixe levar por besteiras do Zé Agripino. Falar que Pinhochet ajudou a consolidar as conquistas democráticas é a maior piada que já vi.
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